Bom, escrever as vezes ajuda a desabafar e talvez eu devesse fazer isso no twitter, mas seria um baita flood então deixei pro blog...onde eu incomodo menos, já que pouca gente lê...
Acabei de assistir um filme sobre casamentos, o nome era "27 dresses" e foi tristemente traduzido para "Vestida pra casar", mas essa não é a questão...
Eu nunca fui de sonhar com casamentos, preferia viagens...essa coisa mais intelectual. Minha base "romântica" sempre veio das minhas amigas, que sonhavam com casamentos luxuosos e filhos loirinhos de olhos azuis...e eu continuo detestando crianças. O filme não me fez pensar em casamento, mas me fez pensar no futuro...
O caso é que eu moro de frente pra uma pequena praça e passei toda minha infânicia nela, já que a casa da minha avó ficava e sempre ficou nessa praça...e eu estava assistindo ao filme com fones de ouvido e só reparei que tinha gente conversando na praça quando o filme acabou...sim, pq tem dois bancos praticamente na frente da janela do meu quarto, os dois melhores bancos da praça, eu diria..onde eu já joguei muita conversa fora com amigos que acabaram sumindo da minha vida..era sobre isso que eu ia falar.
Terminei de assistir o filme e escutei 3 vozes, uma delas da minha prima, que eu nunca morri de amores mas que é uma boa pessoa e eu não tenho nada contra, pelo contrário..as vezes até sinto pena dela por esperar tão pouco da vida. Outra voz era de uma amiga de infância mais apegada à minha prima que nunca conseguiu muita afeição minha por simplesmente não acompanhar meus pensamentos...pq é difícil conviver com gente de intelecto lento, anyway..mas ela é uma boa pessoa e pra assuntos vagos é até agradável. E por último a voz da minha..como dizer?..ex-melhor amiga? Pois é, alguém interessante nesse pedaço de mundo onde eu moro...sempre foi muito influenciável e adaptável, o que era conveniente pra mim pq me ajudou a fazê-la gostar do que eu gostava.
Acontece que as coisas mudam, ela sempre teve um namorado por temporada, o que era divertido pq a gente sempre andava com uma turma nova e eu nunca me importei em segurar vela...na verdade eu me divertia imaginando o quanto aquele "romance intenso" ia durar, pq ela sempre foi extremamente romântica e eu achava isso engraçado. Daí apareceu um cara, nada diferente dos mauricinhos que ela costumava pegar, mas que eu simplesmente não fui com a cara pelo fato dele ter uma azeitona no lugar do cérebro e até ela mesma admitir isso...daí eu pensei "ok, daqui a pouco termina e vem outro e mais outro"...mas o caso é que minha amiga, que costumava namorar por no máximo 2 meses, já está a quase um ano com o azeitona man e eu praticamente cortei relações com ela por causa disso.
Achei justo que ela soubesse que eu detestava o cara e contei, nunca fui de escoder a verdade pra ninguem, embora quando eu me aborreço com alguma coisa eu fico calada o maximo de tempo possível...aprendi com minha mãe btw...voltando ao assunto, ela chorou e pediu desculpas e eu, achando que ia me desmanchar em lágrimas, simplesmente não senti nada...é como se as pessoas não tivessem mais valor pra mim depois que me decepcionam, sabe? Já me disseram que eu era fria...eu concordo e acho que no final das contas é uma qualidade que poucos tem.
E no fim das contas aqui está ela, sentada no banco de frente pra janela fechada do meu quarto conversando coisas vazias com amigos e namorado vazios e eu aqui no meu mundo pseudointelectual mas potencialmente mais promissor que o dela. A questão é que eu tenho 19 anos e estou no 2° ano da faculdade e ela, que costumava ser inteligente, repetiu um ano do colégio e em véspera de vestibular, aos 18 anos, desistiu de fazer a prova pq o azeitona man colocou na cabeça dela que os dois, sim ele tem 19 e não fez vestibular ainda, não estavam preparados pra prova...aí vem a parte em que eu dou um suspiro longo e penso no futuro depois de assistir um filme sobre casamentos...
Ela sempre foi bonita e vai continuar sendo, por um tempo deve-se ressaltar, provavelmente vai casar e ter filhos, talvez não se forme, não trabalhe..mas com certeza se casará..Já eu? Bom, não sou bonita como ela, mas beleza não dura pra sempre o que me consola é que meu diploma durará...talvez eu me dê bem e faça carreira, já que eu tenho potêncial e frieza suficiente pra isso e não perco tempo pensando em casamentos...sim, talvez eu nunca case, já que minha mãe vive dizendo o quão insuportável eu sou e que eu vou ter dinheiro mas serei sozinha e rabujenta como minhas tias, as chances dela estar certa são grandes mas eu até acho bom, por enquanto, sempre fui egoista mesmo...
Daí veio uma cena típica desses filmes na minha cabeça...vai que eu encontro com essa minha amiga daqui a uns 10 anos em um super mercado...ela com uma criança no colo e um carrinho cheio de coisas "família" e eu com uma ecobag cheia de produtos "solteirona"..eu cometaria o quanto ela mudou e ela diria que eu continuava a mesma, a criança começaria a chorar e eu daria graças por não ser eu no lugar dela...bah, quanta besteira...
O fato é que essas coisas acontecem, você acaba perdendo seus amigos incríveis de adolescência pelo tempo..você segue, eles ficam...ou eles te decepcionam, ou se mudam, ou desaparecem, ou morrem...daí um dia vc encontra eles em supermercados e se pergunta como foi mesmo que tudo aquilo aconteceu, agradece por estar melhor que ele ou fica arrasada por ter feito alguma coisa errada no passado que poderia ter feito você ser melhor que ele nesse reencontro...e assim você entra numa competição de alegria futura com seus antigos amigos que chega a ser cômica mas que não passa de uma terapia de auto-aceitação..decadente, né?
Ou talvez eu seja uma boba que só está na TPM e não tem o que fazer na internet, que fica tão chata quanto a TV num dia de domingo... ^^
E eu espero que ninguém leia, pq eu não vou revisar o texto =P
